O aroma apurado do garçon
Bons Vinhos

O aroma apurado do garçon


Siena, na Toscana - a bela Piazza del Campo



Há alguns anos, estávamos, Tereza e eu, flanando pela Toscana, desfrutando daqueles cenários maravilhosos, conhecendo as encantadoras cidadezinhas medievais - e, obviamente, bebendo vinhos.

Uma noite, estávamos em Siena, e decidimos jantar em um restaurante chamado Osteria Le Logge, no coração da linda cidade.

Escolhemos os pratos, e decidimos beber um Brunello di Montalcino Argiano 1999 - um dos grandes vinhos que tomamos nessa viagem. Estando por lá, na Itália, dá pra encarar o Brunello, que sai por no máximo 30 euros - a mesma garrafa sairia, aqui no Brasil, por cerca de 250 ou 300 reais.

Para quem não conhece, o Brunello di Montalcino é o mitológico vinho da Toscana, feito com uvas sangiovese plantadas ao redor da cidade de Montalcino. Apesar de ser produzido por lá desde o século XIX, foi por volta dos anos 70 e 80 que o vinho se tornou famoso - e caríssimo - mundialmente.

Muito bem, lá vem o garçom (um rapazola de vinte e poucos anos) com nossa garrafinha de Brunello. Ele me mostra o rótulo, eu aprovo - como manda o figurino - e ele se põe a abrir a garrafa. Ao sacar a rolha o rapaz faz uma careta. Aproxima a rolha do nariz, dá uma fungadinha, pede licença e se retira, com a garrafa na mão - para nosso completo pasmo ...

Dali a pouco ele retorna, com outra garrafa, e nos explica o que aconteceu : ele sentiu, na garrafa e na rolha, um aroma estranho. Ficou cismado e foi procurar, segundo ele, uma pessoa "mais experiente", lá dentro, que confirmou - aquele vinho não estava bom. Portanto, lá estava ele, com uma segunda garrafa nas mãos. Esta foi aberta, mereceu a aprovação dele e a minha, e bebemos nosso Brunello alegremente.

Mas ficou, para nós dois, a dúvida eterna : como será que estava aquela outra garrafa, a que ele retirou ? Será que nós - tão entendidos ! - teríamos percebido com a mesma agilidade o que o jovem garçom percebeu numa rápida cafungada ? Será que teríamos mesmo notado o problema ?

Até hoje a gente se recrimina - devíamos ter mandado ele deixar as duas garrafas ... É, sim, senhor, não tem pobrema - nós vamos beber a boa e depois vamos beber a estragada, pódexar ...





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