Bons Vinhos
O problema é o tamanho
Graças a generosidade de meu amigo Darci Dani, diretor executivo da AGAVI-Associação Gaúcha de Vinicultores, recebi dados do setor da uva e do vinho do Rio Grande do Sul que explicam o motivo pelo qual o Governo Federal não ouve as reivindicações do mesmo e também o porquê da desunião.
O faturamento total anual de todas as cantinas do RS, grandes, médias e pequenas somadas, é de um bilhão e meio de reais.
Se comparado com o faturamento de algumas das grandes empresas brasileiras, este número é insignificante.
Jamais chamará a atenção das “cabeças pensantes”, dos “filósofos” que nos governam.
Apesar da altíssima e assassina carga tributária que supera cinquenta por cento do preço final dos vinhos e espumantes comercializados, o volume de dinheiro gerado pelos impostos que vão para alimentar a elefantesca máquina pública, não alcança nem para pagar as mordomias com carros, viagens com aviões da FAB, auxiliares, cafezinho, etc. de deputados e senadores.
Então, porque se preocupar com este setor? Porque auxilia-lo?
Se fossem inteligentes perceberiam que sendo tão pequeno o volume de recursos envolvidos, diminuir a carga tributária daria enormes benefícios ao setor e representaria pouca perda de dinheiro para jogar fora.
Se analisarmos a estrutura do setor observamos alguns dados que comprovam a importância socioeconômica do setor.
As famílias envolvidas são vinte mil que somadas as pessoas ligadas à produção de vinhos e espumantes e às dos setores de serviços somam cem mil beneficiários deste setor.
Isto é importantíssimo, mas quem se preocupa com esses números?
Observando o desenho do tamanho das cantinas, entendemos porque existe uma tendência em concentrar as ações naquelas que procuram beneficiar as grandes produtoras.
Das 463 cantinas existentes, 9 são muito grandes, 6 são grandes, 45 são médias e 403 são pequenas. Ou seja a produção e comercialização dos maiores volumes está concentrada em poucas cantinas.
Quem vai se importar com as pequenas se pouco vai variar elas existindo ou não?
Enquanto houver por parte do Governo uma postura de valorizar aqueles setores que geram grandes volumes de dinheiro em impostos, independentemente da carga tributária, o setor da uva e do vinho no Brasil será ignorado.
Enquanto houver por parte das entidades uma postura de valorizar somente aqueles que produzem e comercializam grandes volumes, o setor permanecerá vulnerável aos ataques dos “inimigos externos” de turno.
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