Os princípios básicos da harmonização.
Bons Vinhos

Os princípios básicos da harmonização.


Fonte: Wine Choice

A regra fundamental é que a intensidade de sabor do prato deve estar equilibrada com a Intensidade de sabor (corpo) do vinho. Em outras palavras, para um prato leve, utilizamos um vinho leve e para um prato robusto buscamos um vinho robusto. É uma regra até certo ponto intuitiva: se um for muito mais potente que o outro, praticamente vai encobri-lo (passar por cima) e dificilmente teremos a situação das duas partes serem engrandecidas. Assim, o bom senso não vai nos recomendar acompanhar uma suculenta picanha com um leve Sauvignon Blanc chileno, pois o vinho nesta harmonização vai “desaparecer”.

A segunda regra revela que há duas maneiras de harmonizar: por semelhança ou por contraste. Por semelhança, vamos buscar elementos da comida que sejam similares aos do vinho, gerando uma agradável conjunção de aromas e/ou sabores. Por contraste, vamos buscar elementos opostos: o exemplo clássico é queijo Roquefort com Sauternes, onde o salgado do queijo é contrastado com o doce do vinho de sobremesa, com um resultado surpreendente.

Ao analisarmos a combinação de um vinho com a comida, levamos em consideração 3 elementos da harmonização, presentes tanto no vinho quanto na comida: componentes gustativos, texturas e aromas;

1) Componentes Gustativos
Lembremos que a análise gustativa dos vinhos passa pelas iniciais 5A, onde os 5As correspondem aos seguintes componentes: Açúcar, Acidez, Adstringência, Amargor e Álcool. Vejamos como estes componentes do vinho se comportam na presença dos pratos:

Açúcar: Para vinhos doces harmonizados com sobremesa, a regra fundamental é que a doçura do vinho deve ser maior que a da comida. O vinho deve ter ótima acidez.
O vinho doce nos proporciona maravilhosas harmonizações por contraste com salgado intenso.

Acidez: A acidez é um dos principais atributos do vinho para a harmonização. Um vinho com pouca acidez sofre limitações frente a vários tipos de pratos.
Comidas com fortes componentes ácidos pedem vinhos com acidez elevada. É o caso, por exemplo, de pratos com molho de tomate. Por isso, pratos italianos com tomate freqüentemente harmonizam bem com um bom Chianti.
Outro papel importantíssimo da acidez do vinho é contrastar com gordura e doçura. Lembremo-nos que aperitivos gordurosos, como salaminho e frituras, pedem um limão espremido. A acidez do vinho fará o papel do limão.

Adstringência: A adstringência provocada pelos taninos contrasta muito bem com gorduras e com a suculência (de uma carne mal passada, por exemplo).
É incompatível com peixes, ovos, diversos tipos de queijos e o salgado intenso. Se usar vinho tinto com estes pratos, procure os mais pobres em tanino.

Amargor: O amargor no vinho não é desejável, com poucas exceções. Deve ser evitado mais ainda quando estamos diante de um prato que oferece componentes amargos, como alcachofra, jiló, couve, feijão preto, carne torrada, etc.

Álcool: É importante lembrar que o álcool em teores elevados, quando bem equilibrado pela acidez e adstringência, nos traz uma sensação adocicada.
O álcool em excesso é incompatível com o salgado intenso.
Experimente brincar com os componentes gustativos. As harmonizações vão fazer mais sentido e proporcionar mais prazer!

2) Texturas
A textura dos vinhos pode ser melhor compreendida se levarmos em conta dois aspectos:
O corpo do vinho, que traduz o peso relativo deste vinho como leve ou encorpado. Aqui reside o fundamento do princípio básico de equilibrar a potência do vinho com a do prato;
A untuosidade do vinho. Se tomarmos como exemplo um vinho branco, veremos que um Sauvignon Blanc do novo mundo pede adjetivos como fresco, vivo, áspero, crocante, etc., enquanto que um Chardonnay é mais conhecido como sendo untuoso, amanteigado, redondo. Assim, um peixe com molho cremoso ou feito na manteiga tenderá a casar melhor com um Chardonnay, enquanto que o mesmo peixe temperado com limão terá textura menos untuosa e tenderá a preferir o Sauvignon Blanc.

3) Aromas
Os aromas de um vinho podem nos proporcionar agradáveis combinações com diferentes pratos. Aquele aroma de pimenta negra de um Syrah pode trazer uma interessante harmonia com um steak au poivre. Um Porto Tawny envelhecido, com seu caráter de amêndoas, será uma grande companhia para uma deliciosa torta de amêndoas. Já um late harvest chileno, com caráter de damasco, se sairá melhor ao lado de uma torta de damasco. Um borgonha evoluído, com aromas terciários de couro, fará ótima dupla com carne de caça. Que tal um sauvignon blanc chileno, com seu aroma de maracujá, para acompanhar um abadejo com molho de maracujá? Notem que a exuberante acidez deste vinho estará perfeita com a acidez do molho de maracujá; neste caso, temos harmonização por semelhança no componente gustativo acidez, semelhança de textura e ainda de aromas, o que sugere um belo resultado!



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