Bons Vinhos
Prêmio para todos

Em enquete realizada pela revista Baco, especializada em vinhos e comidas, tive a honra de ser escolhido Personalidade do Ano. O Prêmio me foi entregue no jantar de abertura do Festival Wine & Food que é realizado de 17 a 23 de outubro no Copacabana Palace no Rio de Janeiro.
Fiquei muito feliz, honrado e agradecido a todos.
Mas não ficaria satisfeito se não dedicasse esta honraria a todas as PERSONALIDADES DO ANO que compõem a maravilhosa cadeia produtiva e comercial da uva e do vinho.
Todos sabemos que o Brasil é um país extraordinário pela pujança, potencialidade e dinamismo. Também sabemos que é um pais que apesar destes atributos, é surpreendentemente criativo em oferecer dificuldades. A vitivinicultura não passa incólume a esta situação e provavelmente seja por isso que quem participa de alguma forma deste setor, seja tão comprometido e apaixonado pelo que faz.
As novas regiões produtoras de uva que estão surgindo em todo o pais mostram quanto é possível fazer quando há pessoas com fé, entusiasmos e paixão. Desafios diários surgem de empreendimentos começados do zero que exigirão constância, dedicação e tempo, para demonstrar a que vieram.
Pratico a enologia no Brasil desde 1974, ano de minha primeira safra, e posso assegurar que dificilmente teria aprendido tanto em outra região.
As diferenças climáticas a cada ano fazem com que a enologia seja uma constante adaptação.
Para quem defende a enologia não intervencionista onde prevalecem as características da matéria prima, inicialmente os erros são frequentes, mas com os anos e a experiência o caminho que indica o foco constante na sanidade da uva e na técnica mais adequada para o momento, fica mais claro e evidente.
Todos os viticultores e enólogos praticantes no Brasil então, ao conseguir superar este desafio e manter seu entusiasmo e garra, merecem o prêmio de Personalidade do Ano.
Aos que comercializam vinhos e espumantes, sejam produtores, distribuidores, importadores ou lojistas, o mercado brasileiro oferece inúmeras oportunidades, mas em especial a de ser formado por apreciadores ávidos de informações, sedentos de novidades, em constante evolução.
Nada mais errado que pensar que este apreciador é ignorante porque bebe pouco e pode ser enganado com facilidade. Sem saber, pelo simples fato de gostar e beber com certa frequência, ele “educa” seu paladar e se torna a cada dia mais exigente.
Este é um desafio constante para quem comercializa, atenção a qualidade, ao estilo, à qualidade maior.
Tudo seria algo menos complicado se o sócio compulsório, voraz e cruel que leva mais da metade da riqueza gerada não interferisse tão negativamente.
Governos estaduais e federal tiram competitividade, capital de giro e parte do entusiasmo.
Mas não todo. Apesar deles o vinho continua sua distribuição em todo o território.
Todos os que comercializam vinhos e espumantes no Brasil de uma forma ou de outra, então, ao conseguir superar este desafio e manter seu entusiasmo e garra, merecem o prêmio de Personalidade do Ano.
Mas tem alguém que merece este prêmio mais do que ninguém:
o consumidor, o apreciador, o que bebe, o que degusta, o que mantém seu entusiasmo apesar dos aumentos de preço gerados pela vergonhosa carga tributária.
Ele é a razão da existência de todos nós.
Para ele vão minhas homenagens e o troféu
PERSONALIDADE DO ANO.
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