A "taxa de rolha" dos restaurantes paulistas
Bons Vinhos

A "taxa de rolha" dos restaurantes paulistas


Taxa de rolha ? Mas que troço esquisito é esse ?

Bem, pra quem não sabe, em boa parte dos restaurantes do mundo (provavelmente, na maioria deles) você pode decidir levar o seu próprio vinho, de casa, ao invés de escolher uma garrafa lá na carta.

Normalmente, eles cobram a rolha, como se diz no jargão - isto quer dizer que uma pequena taxa será cobrada. Tem lógica, pois, embora o vinho seja seu, você vai usar o serviço do maître e dos garçons que vão servir o vinho. Você vai, talvez, pedir um balde de gelo, no caso de se tratar de um vinho branco ou de um espumante. Pode acontecer de uma taça se quebrar, por acidente - e logicamente, o restaurante deve cobrar alguma coisa por esses percalços.

O problema é - quanto é essa taxa ?

Aí é que mora o perigo ...

Uma rápida pesquisa que fiz entre os restaurantes paulistanos mostrou uma enorme discrepância nessas taxas. Há restaurantes que não cobram taxa nenhuma - o Ráscal é uma dessas admiráveis exceções, parabéns pra eles ! Entre os que cobram alguma coisa - a maioria deles -, há aqueles que cobram coisas que parecem razoáveis (25 reais, 30 reais) e aqueles que cobram extravagâncias completas como 85 ou 100 reais. A maioria deles fica aí na faixa dos 50 reais.

É claro que é possível compreender que, digamos, um Fasano (100 reais) cobre mais caro do que, por exemplo,  uma pizzaria como a Speranza (40 reais). Por quê ? Bem, porque imagina-se que os custos de um e de outro restaurantes sejam bem diferentes. A tal taça quebrada a que eu me referi lá no alto, por exemplo, deve ser bem mais cara no Fasano do que na Speranza.

Mas, 100 reais ? Isso me parece muito mais uma forma de, na prática, desestimular o cliente a trazer seu vinho.

Interessante é a gente descobrir que certos restaurantes, apesar de serem extremamente classudos e elegantes, cobram taxas de rolha que ficam em patamares mais modestos ... Querem ver ?

O Pobre Juan cobra 40 reais. A Tappo Trattoria cobra 40 reais. O Spot cobra 30 reais.

E um dos restaurantes mais caros, mais elegantes, mais sofisticados, e mais deliciosos de São Paulo é o japonês Jun Sakamoto. Pois sabem quanto ele cobra ? 30 reais ! Se o Jun Sakamoto pode cobrar 30 paus, acreditem - qualquer outro restaurante também pode.

Agora, é claro que, do lado do consumidor, a gente também precisa usar de bom senso nesse assunto. É muito deselegante levar a um restaurante sofisticado uma garrafinha de vinho de 25 reais do super-mercado da esquina.  Atenção : não tenho absolutamente NADA contra alguns desses vinhos - mas para tomar em casa, com os amigos, em jantares do dia-a-dia.

Só faz sentido levar a um restaurante aquela garrafa diferenciada, de um vinho especial, que talvez o restaurante não tenha na sua carta. Por exemplo, uma safra especial, do ano em que você se casou, ou em que nasceu seu filho, sei lá, algo assim, para uma comemoração.

Se não for assim, melhor guardar sua garrafa em casa e escolher uma outra na carta do restaurante - sem ter de passar a raiva de pagar a tal taxazinha exorbitante ...



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