Champanhe, espumante, prosecco ...
Bons Vinhos

Champanhe, espumante, prosecco ...


Vou falar dos diversos tipos de vinhos espumantes - que a gente aqui no Brasil tem a mania de chamar, indiferentemente, de champanhe.

Todo mundo sabe que o vinho é produzido pela fermentação das uvas, em um processo que transforma o açúcar da fruta em álcool. Na verdade, para ser mais preciso, a fermentação consome o açúcar e produz o álcool - e, além disso, produz também gás carbônico. Na maior parte dos vinhos (os vinhos que são chamados de tranquilos, isto é, os não-espumantes), a fermentação se dá a céu aberto, e o tal do gás carbônico produzido se perde na atmosfera.

Para a produção dos vinhos espumantes, a fermentação ocorre dentro de recipientes fechados, e o gás carbônico produzido fica preservado dentro do líquido - são, é claro, as famosas bolinhas, ou a perlage do espumante (perlage, a palavra francesa que encantou minha amiga Vania, lá de Goiás ...)

Os vinhos espumantes são produzidos em muitos países do mundo, em diferentes regiões, com diferentes uvas e diferentes processos - mas esse jeitão básico descrito aí em cima é o mesmo para todos eles.

Os espumantes fabricados no norte da França, em uma pequena e fria região chamada Champagne - esses (e apenas esses) podem utilizar o nome champagne para sua classificação. O champagne francês é produzido em geral com um blend de três uvas : pinot noir e pinot meunier (tintas) e chardonnay (branca). Ele deve ser produzido pelo método chamado de champenoise, ou método tradicional - neste método, a fermentação do líquido é interrompida em um determinado momento, o líquido é engarrafado e permite-se que ocorra uma segunda fermentação dentro da garrafa - o que vai garantir a formação perfeita da tal da perlage. Trata-se de um método bastante artesanal e caro - daí que o produto final também costuma ser caro ...

Há um outro método de produção de espumantes, que é o método charmat. Neste método, batizado em homenagem ao engenheiro francês Eugéne Charmat, a segunda fermentação ocorre dentro de grandes tanques de inox. É um processo mais simples e mais barato - mas, se bem conduzido, pode produzir bons vinhos espumantes a custo menor do que o método tradicional.

Na própria França, em outras regiões, são produzidos bons espumantes, pelos dois métodos, que jamais são chamados de champanhe : são os Crémant e os Musseaux.

Na Alemanha se produz o chamado sekt, espumante local que não costuma ser muito comum no nosso mercado - confesso que eu nunca tomei um destes ...

Na Espanha, bem pertinho de Barcelona, são produzidos excelentes espumantes, que por lá recebem o nome de cavas. Há, na mesma cidadezinha, dois enormes fabricantes que exportam para o mundo inteiro (Freixenet e Codorníu) e mais algumas dezenas de pequenos fabricantes espalhados pela cidade. Estes vinhos utilizam uvas locais, características da região da Catalunha, como a macabeo, a xarel-lo e a parellada. Seus preços no Brasil são bem convidativos : as cavas podem representar uma ótima alternativa para quem está buscando um bom espumante.

No norte da Itália são produzidos os Asti, com uva moscato, que são vinhos mais doces e de baixo teor alcoólico. Ao redor da cidade de Veneza, produz-se os famosos Prosecco, feitos com a uva do mesmo nome. A maior parte destes vinhos que chega ao mercado brasileiro são vinhos comuns, sem grandes atrativos - vale muito mais a pena comprar um bom espumante brasileiro do que a maioria dos proseccos que se vende hoje por aqui.

Ah, então aqui no Brasil se fabrica bons espumantes ? Sim, senhor ! Apesar do hábito meio chatinho de ficar chamando o vinho de champanhe, a verdade é que nossos espumantes, produzidos no Rio Grande do Sul, são de excelente qualidade. Eles são geralmente produzidos pelo método charmat, com diversas uvas, e por uma boa lista de fabricantes : Aurora, Marco Luigi, Chandon, Dal Pizzol, Georges Aubert, Miolo ...

Escolha um deles, abra - e comece a festa !





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