Classificação do Vinho do Porto
Bons Vinhos

Classificação do Vinho do Porto


Sob a DOC Porto produz-se o mais famoso vinho fortificado do mundo. Embora o nome desse vinho sugira uma ligação com a cidade do Porto, os vinhedos e os centros de vinificação onde é produzido situam-se ao longo do vale do rio Douro, distantes cerca de 100 km da cidade do Porto. Nem mesmo os armazéns de amadurecimento e engarrafamento do vinho situam-se naquela cidade, e sim em Vila Nova de Gaia, situada na margem oposta defronte ao Porto. No entanto, desde a antiguidade, a cidade constitui o principal porto exportador do país e dali o vinho saiu para ganhar fama no mundo, levando com ele o nome da cidade.
 
Classificação do Vinho do Porto

O Vinho do Porto é uma bebida sofisticada e para aprecia-lo devidamente é necessário conhecer a intrincada classificação que contempla diferentes tipos, estilos e preços, dentre os quais o consumidor certamente escolherá o seu favorito. A seguir, apresentamos os diferentes tipos existentes.
 
Portos sem indicação de safra
 
White: Branco, meio seco, pálido, feito de uvas brancas, envelhecido até 3 anos.
 
Dry (ou Very Dry) White: Branco, seco (ou muito seco), mais envelhecido que o anterior.
 
Esses dois tipos fogem do padrão clássico do Porto de sabor doce e foram criados mais para competir com os vinhos fortificados secos de aperitivo, como por exemplo o Madeira e o Jerez. Exceção feita aos brancos velhos, vinhos de prestígio, produzidos em quantidades ínfimas, os Portos brancos são jovens e não constituem certamente o que há de melhor, sendo mais consumidos por jovens e não conhecedores.
 
Ruby: O nome refere-se à cor da pedra preciosa rubi, advindo de sua coloração vermelho-púrpura. Jovem, frutado, obtido pelo corte de vinhos de diferentes safras, envelhecido até 3 anos em cascos (tonéis) de carvalho. É um vinho pronto para ser consumido e não deve ser guardado.
 
Crusted: Rubies com amadurecimento mínimo de 2 anos em cascos e 3 anos em garrafa, não filtrados e que deixam borra (em inglês, crust).
 
Vintage Character (Premium Ruby): Ruby superior, envelhecido de 4 a 6 anos em garrafa. Alguns produtores utilizam outros nomes para esse tipo tais como Bin, First State, Six Grapes, Founder’s Reserve. Constitui uma categoria superior de Ruby e o nome Vintage confunde o consumidor, pois deveria ser reservado para os verdadeiros vinhos dessa categoria, descrita mais adiante.
 
Tawny (Aloirado): Amarelo-tijolo, mais encorpado, também resultante do corte de vinhos de diferentes safras, amadurecido nos cascos, por 3 anos em média. Também é um vinho pronto para ser consumido. Ele e o "Ruby" são os portos "comuns" e mais vendidos no mundo. Existe, também, o Tawny Reserva envelhecido de 4 a 8 anos, vinho mais diferenciado.
 
Tawny Years-Old (Old Tawny): Tawnies bastante diferenciados e de alta categoria, feitos a partir de cortes de lotes de diferentes safras, geralmente muito antigas. A idade declarada (10, 20, 30 e 40 anos) refere-se à média de idade dos vinhos utilizados no corte. Tem o ano do engarrafamento no rótulo. É um vinho pronto para ser consumido


Portos com indicação de safra
 
Garrafeira: Este tipo é produzido atualmente por apenas uma empresa, a Niepoort. É um Tawny proveniente de uma só safra, pronto para beber, que permanece 7 anos em garrafões de vidro de 10 litros antes de ser comercializado. Por não se submeter à grande oxidação que ocorre nos outros tipos amadurecidos em tonéis, tem uma cor mais vermelha e mais frescor, e aromas mais frutados, conhecidos como ‘aroma de garrafa’.
 
Colheita: Tawny proveniente de uma só colheita (safra) e envelhecido em cascos por no mínimo 7 anos. Tem a data da safra e do engarrafamento no rótulo e não melhora com a guarda. São vinhos em geral diferenciados, em alguns casos de excelente qualidade.
 
Late-Bottled Vintage (LBV): É um vinho de uma só safra (declarada no rótulo), envelhecido de 4 a 6 anos, que apesar de excelente qualidade, não atingiu a exuberância organoléptica para receber a designação Vintage (ver abaixo). É um vinho de cor e aromas intensos, pois é amadurecido em balseiros, grandes tonéis de milhares de litros, e não sofre a intensa oxidação dos vinhos armazenados em cascos de carvalho, responsável pela perda da cor. Há o LBV dito tradicional que não é filtrado (tem borra no fundo da garrafa), sendo um Porto bastante diferenciado, e de ótima relação custo-benefício se comparado com os Vintage.
 
Vintage: É o grande Vinho do Porto, de uma única safra de um bom ano (em geral, tres a quatro vezes por década) constante no rótulo, (ex. Vintage 1994, Vintage 1997, etc.) envelhecido de 2 a 3 anos em balseiros e não é filtrado (tem borra no fundo da garrafa). É um dos vinhos mais enaltecidos no mundo e necessita no mínimo cerca de vinte anos de guarda para atingir a sua plenitude. Alguns Vintages chegam a sobreviver mais de um século, mantendo a sua realeza!
 
Observações:
 
As empresas que num determinado ano julgam ter obtido um vinho de qualidade suficiente para receber o rótulo de Vintage, enviam amostras do vinho, ainda no balseiro, para análise do Instituto do Vinho do Porto (IVP), órgão responsável pela regulamentação dos vinhos dessa DOC. Lá, as amostras são analisadas quimicamente em laboratórios equipados com modernos recursos tecnológicos, e, a seguir, uma experiente equipe de degustadores (a Câmara de Provadores) realiza a análise organoléptica e decide se o vinho em questão receberá ou não a declaração de Vintage.
 
No caso do vinho não ser declarado Vintage pelo IVP, resta ao produtor deixar o vinho amadurecer mais tempo (4 a 6 anos) e o comercializar como LBV, ou utiliza-lo em lotes que entrarão no corte de Ruby, Tawny, etc.
 
No caso do vinho ter sido declarado Vintage pelo IVP, mas a empresa não considera-lo no nível de excelência por ela exigido, ela o engarrafará como um Vintage de segunda linha. Para diferenciar este vinho, muitas empresas o rotulam de duas formas: como Single Quinta, caso seja feito com uvas de uma único vinhedo ou Quinta (propriedade), ou usando um outro nome. Por exemplo, a Graham, denomina seu melhor Vintage Graham-Vintage-19.., e o segundo Malvedos-19...; a Nieeport denomina seu Vintage segunda linha como Quinta do Passadouro-Vintage-19..., e a Fonseca declara Fonseca-Vintage-19.. nos anos exepcionais e Vintage-Fonseca Guimaraens 19... nos demais anos. O problema é que o nome Quinta pode constar no rótulo de Vintages de primeira linha de alguns produtores, como por exemplo o Quinta do Vesúvio (da empresa de mesmo nome) e o Quinta das Carvalhas (da Real Companhia Velha).
 
Os Vintage de segunda linha têm ótima relação custo-benefício, considerando tratar-se de um Vintage, ainda que não seja de excepcional qualidade.
 
Fonte: Academia do Vinho



loading...

- Vinho Do Porto: Como Conservar Depois De Aberto
Todo vinho após aberto tem contato com o oxigênio e todos, sem exceção, perdem suas características iniciais com o passar do tempo. No caso dos vinhos fortificados, como é o caso do Porto, o tempo de oxidação vai depender da categoria do vinho. A...

- Passeio Enológico Por Portugal: Burmester
Em abril de 2012 eu e Fernanda tivemos a oportunidade de participar de uma evento organizado pela Adega Alentejana em prol dos vinhos portugueses, sobretudo os produzidos no Alentejo. Degustamos com donos de vinícolas e enólogos, passamos por 13...

- Passeio Enológico Por Portugal: Quinta Do Passadouro
Situada em pleno vale do rio Pinhão perto da aldeia de Vale de Mendiz, a origem da Quinta do Passadouro remonta ao Séc XVIII, surgindo referenciada no célebre mapa do Douro elaborado pelo Barão de Forrester. Em 1991, Dieter Bohrmann, um empresário...

- Presidente Do Ivpd Manoel De Novaes Cabral Na Casa Do Porto
Pericles e Manuel  Tive o prazer de conhecer o comunicativo Manuel de Novaes Cabral atual presidente do IVDP ( Instituto dos Vinhos do Porto) em sua breve visita ao Brasil, em degustação de vinhos organizada por Pericles Gomes em sua aconchegante...

- Crônicas Lusitanas - Parte 2 - Os Vinhos Do Porto
Na Casa Ferreira, ao lado de um "balseiro" de 50.000 litros de precioso vinho do Porto Ah, os vinhos do Porto ... Sempre gostei de vinho do Porto, mas não há nada que se compare a bebê-los em Portugal – mais especificamente, bebê-los lá, nas próprias...



Bons Vinhos








.