H. Stagnari Dayman Tannat #cbe
Bons Vinhos

H. Stagnari Dayman Tannat #cbe


Este ano tenho tido dias bem corridos tanto na vida pessoal como na profissional, fato que fez atrasar alguns vinhos da Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE, mas para diminuir minha dívida chego com o vinho de março, tema proposto pelos conterrâneos Maykel e Ana do blog Vinho por 2, que nos propuseram: "Tannat do Uruguai, sem limite de preço".
 
Antes de falar sobre o vinho escolhido trago algumas informações sobre a história da Tannat no Uruguai.
 
O imigrante francês Don Pascual Harriage plantou, em meados da década de setenta do século XIX, as primeiras parreiras de Tannat no Uruguai. Só 200 anos mais tarde, porém, a produção comercial ganhou impulso, fase em que os imigrantes bascos iniciaram o cultivo dessa uva. O sucesso foi tanto que a Tannat tornou-se símbolo das vinícolas do país e hoje ocupa um terço de toda a área plantada do país. No total são cerca de 400 vinícolas no país, sendo que cerca de trinta delas têm expressão internacional. Muitas são as variedades cultivadas no Uruguai.
 
A Tannat uruguaia, também conhecida no país como Harriague, referência a Don Pascual, apresenta um estilo diverso do francês, devido às diferenças clonais e de terroir. Com um clima marítimo temperado, o país é cercado por três grandes volumes de água: Oceano Atlântico, rio da Prata e rio Uruguai, o que torna as temperaturas noturnas suficientemente baixas para propiciar vinhos finos e com frescor.
 
A pluviosidade média anual é de 900 mm e o Sol é constante. No geral, o vinho de Tannat de nossos vizinhos é menos agressivo e mais frutado que o gaulês, mantendo as características de cor escura, com taninos marcados, teor alcoólico médio e afinidade com carvalho.
 
O rótulo que escolhi foi o H. Stagnari Dayman. O Dayman é um vinho tinto 100% elaborado com uvas Tannat e o mais nobre da linha “De crianza” da vinícola uruguaia H. Stagnari. Ele fica atrás apenas da produção ícone da casa, o Dinastía.
 
A principal característica da linha “De crianza” são os 12 meses de estágio do vinho em barricas de carvalho, na cava La Puebla, sede da vinícola que está no sul do Uruguai, cerca de 20 quilômetros distante da capital Montevidéu.
 
De acordo com Virginia Stagnari, diretora e esposa do enólogo Héctor Stagnari, responsável pelo exemplar, esse envelhecimento ocorre 80% em barricas de carvalho francês e 20% em carvalho americano. Após esse processo, surgem cerca de 15 mil garrafas do Dayman, elaborado apenas em safras consideradas ótimas pelo enólogo. São três anos de reserva até esse vinho ser disponibilizado ao mercado.

Na taça o vinho mostrou cor rubi escura, com reflexos violáceos e lágrimas abundantes, finas e rápidas.
 
No nariz apresentou aromas de boa intensidade sendo perceptíveis notas de figo, ameixa, chocolate, couro, cedro e tostado.
 
Em boca mostrou taninos presentes, mas já domados e com leve nota adocicada, acidez viva e álcool a 14% sem incomodar. Repetiu as notas olfativas e apresentou um final de boca longo com as notas provenientes do tempo de amadurecimento em carvalho aparecendo no retrogosto.
 
O vinho foi degustado no Cantu Day 2016, que ocorreu no Restaurante Nabuco no último dia 14.
 

O Rótulo

Vinho: H. Stagnari Dayman
Tipo: Tinto
Castas: Tannat
Safra: 2013
País: Uruguai
Região: Salto
Produtor: H. Stagnari
Graduação: 14%
Onde comprar / Importador: ? / Cantu
Preço Médio: R$ 150,00
Temperatura de serviço: 18º 



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