Encontrar rótulos do Uruguai aqui em Recife é bem difícil, principalmente bons rótulos. Então, para quem gosta de conhecer vinhos de países pouco conhecidos e estiver em lojas especializadas não deixe de adquirir e degustar calmamente os vinhos dos nossos vizinhos.
O Don Pascual Roble Tannat é produzido pelo Eslabelcimiento Junió, que é uma empresa conduzida pela família Deicas, que é proprietária de 100% das ações da sociedade. Tanto o fundador Juan Carlos Deicas como seus filhos Fernando e Mariela e a terceira geração da família, recentemente integrada à empresa, trabalham com esforço e dedicação.

Antes de ser propriedade da Família Deicas, as terras do Estabelecimiento passaram por diferentesdonos, entre eles se destacou Dom Francisco Juanicó, que em 1830 rompeu as tradições da região e construiu uma cave subterrânea que permitiu a elaboração de vinhos de grande qualidade. Quase um século e meio depois, em 1979 passou a pertencer a Família Deicas, a qual abriu as portas da vinícola para o mundo. Na década seguinte, a firma começa a reconversão dos seus vinhedos utilizando variedades nobres européias.
O Don Pascual Roble nasceu em 1996 e seu nome é uma homenagem a Pascual Harriague, responsável pela introdução da Tannat no Uruguai.
Tannat é uma uva tinta da família da
Vitis vinifera originária do sul da França, onde é usualmente utilizada em
assemblage com
merlot. É a grande uva adotada pelo Uruguai, que possui uma extensa área de vinhedos dessa casta.
A
tannat dá origem a vinhos de muito caráter, bastante corpo e estrutura, muito tanino, com grande intensidade de cor, aromas deliciosos de frutas escuras e chocolate, com ótima concentração.
Abri o vinho no último sábado quando recebi em minha casa os amigos Juberlan, Rejane, Macílio, Ana, Eli e Simone e ainda na companhia da minha noiva e pais.
Na taça o vinho mostrou uma cor rubi escura com halo mostrando discretos sinais de evolução; lágrimas em boa quantidade escorrendo lentamente pelas paredes da taça. No nariz aromas muito delicados: fruta vermelha madura, pimenta, chocolate, tostado e algum mineral. Em boca mostrou taninos sedosos/aveludados (os cinco anos de vida possivelmente os abrandaram), boa acidez e álcool em boa medida, tudo muito bem integrado a fruta e a madeira. Final de boca seco, de boa intensidade e com o tostado e a especiaria aparecendo no retrogosto. Creio que ele esteja em seu auge, mas ainda pode suportar bem 2-3 anos em garrafa.
Vinho muito equilibrado e harmônico e que acompanhou bem petiscos os queijo (sanduiche de salame e provolone, queijos temperados, pão italiano com geleia de damasco e framboesa, provoleta). Excelente custo
versus benefício.
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Fonte: Revista Gula No início da década, o Uruguai vendia quase 2 milhões de litros de vinho no mercado brasileiro. Depois os negócios caíram, só começando a se recuperar no ano passado ao chegar a 700.000 litros. Qualidade não falta aos vinhos...
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Este mês trago o vinho da Confraria Brasileira de Enoblogs - CBE com um atraso grande, o qual espero não voltar a cometer. O tema do mês coube ao Victor Beltrami do Blog Balaio do Victor, que sugeriu: "Um vinho varietal tinto ou branco do...
Ganhei esse vinho dos amigos Macílio e Ana e o mesmo foi degustado no último sábado após o belo Don Pascual Roble Tannat 2008. Digo sem nenhuma dúvida que esse foi o varietal Carménère que mostrou notas herbáceas de forna mais intensa que já...