Michel Rolland no Brasil
Bons Vinhos

Michel Rolland no Brasil


Walter Tommasi e Michel Rolland



A vinícola Miolo comemorou durante a semana passada mais um ano do acordo de consultoria que tem com o mais o famoso winemaker do mundo o frances Michel Rolland. Na oportunidade Adriano Miolo e Michel Rolland concederam uma entrevista coletiva a um grupo de aproximadamente 50 jornalistas onde eu representava a Free Time e o Blog Tommasi no Vinho.

A entrevista foi muito interessante e descontraída, sendo seguida por prova de alguns novos vinhos ainda a serem lançados pela vinícola e por novas safras de alguns dos seus clássicos. Durante a coletiva tive a oportunidade de colocar duas perguntas aos entrevistados que publico a seguir:

A entrevista coletiva


Free Time perguntou a Adriano Miolo sobre possíveis investimentos no estado de Santa Catarina pelo crescimento da qualidade e voluma na região:

Adriano Miolo respondeu: No momento a Miolo não tem planos para expandir seus negócios para Santa Catarina pelo fato de ter investimentos em áreas do Rio Grande do Sul que equivalem aos das regiões do outro estado



Free Time perguntou a Michel Rolland sobre quais dos vinhos que hoje ele produziu na Miolo lhe deram maior trabalho para chegar aos padrões por ele estipulados.

Michel Rolland respondeu: Cada região é uma historia diferente pois os terroir são diferentes e faz parte de seu trabalho respeitar as características de cada região. Entretanto fez questão de ressaltar o grande trabalho realizado por ele e pela Miolo em alterar as formas de plantio e condução que eram em latada e passaram a ser espaldeira, sendo esta mudança fundamental no salto de qualidade. Outro ponto importante foi a da escolha das variedade que mais se adequavam a cada uma das regiões onde a Miolo tinha seus vinhedos resultando deste trabalho primeiramente o lançamento do Merlot Terroir assim como dos outros vinhos de alta gama lançados a seguir.



Das outras perguntas colocadas achei muito interessante uma que tinha como objetivos saber como ele comparava os vinhos nacionais com os chilenos.



Michel Rolland respondeu que não devemos tentar comparar vinhos de regiões diferentes, pois cada um tem sua personalidade que é resultado do terroir de onde ele foi gerado. A preocupação principal do produtor deveria ser entender qual uva ou uvas melhor se adaptam a aquele tipo de terroir e a partir daí tentar produzir o melhor produto com a matéria prima escolhida. Um exemplo dado por ele para tentar esclarecer sua opinião foi a alta qualidade do Merlot brasileiro que não dá para ser comparado com os Merlot chilenos



Certamente uma posição para refletirmos



Após a entrevista dente os vinhos disponibilizados tive a oportunidade de provar:

Viognier RAR 2010 (Campos de Cima )

Espumante Terranova (Vale do São Francisco)

Sesmarias 2008 (Campanha)

Gran Lovara 2006 (Serra Gaucha)

Merlot Terroir 2009 (Serra Gaucha)

Lote 43 2008 (Serra Gaucha)

Syrah 2010 Mostra de Barrica (Vale de São Francisco)

Tannat 2009 Mostra de Barrica (Campanha)

Devo dizer que dentre os vinhos provados o Lote 43 foi o que mais me agradou pois parece ter voltado a ser aquele vinho que tanto enaltecemos pelo estilo mais delicado e que lembrava exemplares do velho mundo. A seguir o Sesmarias , um vinho realmente diferenciado, muito macio delicado e com o tripé perfeito. Dos vinhos que eu nunca havia provado tenho que destacar o Syrah que custei acreditar ser do vale de São Francisco simplesmente delicioso. Isto me fer lembrar um comentário que a crítica Jancis Robinson fez quando esteve no Brasil a uns 4 anos atrás e durante a degustação de vários vinhos nacionais, surpreendeu a todos quando citou o Syrah Terranova como o vinho que a tinha marcado e que segundo opinião dela poderia ser um produto de sucesso mundial, na ocasião muita gente estranhou , entre estes eu que esperavam tais comentários para os espumantes ou mesmo para os vinhos considerados mais TOP. Me agradou muito também o Tannat, muito bem elaborado com seus taninos bem domados.

Uma outra observação que se faz necessária, é que em minha opinião todos os vinhos apresentaram um toque maior de frescor e de álcool menos aparente o que parece seguir a tendência mundial de perda de potencia em prol da elegância.

Parabéns à Miolo pela seriedade pela diversidade e pelo alto padrão de qualidade de seus vinhos. Para mim só falta eles começarem a produzir nas terras altas de Santa Catarina.

Bom dia a todos




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