O mercado de vinhos no Brasil
Bons Vinhos

O mercado de vinhos no Brasil


O mercado de vinhos finos nacionais e importados mostra uma situação desbalanceada entre produtos nacionais e importados.

Para poder entender a reviravolta na participação de vinhos nacionais e importados no mercado brasileiro é importante acompanhar a evolução nos últimos 25 anos. No quadro abaixo (que aumenta de tamanho clicando nele) constam os números desde 1985 de cinco em cinco anos.



Na década de oitenta, enquanto as regras de importação serviam como barreiras para entrada de produtos estrangeiros a participação de vinhos nacionais era de 90% tendo como destaque os vinhos do Chile e Alemanha.

Com a abertura de mercado as importações dobraram já em 1990 e a comercialização de vinhos nacionais se manteve estável por isso a participação caiu para algo mais de 80%.

De 1990 a 1995 a situação começou a ser extremamente favorável aos vinhos importados que mais que triplicaram o volume impulsionados pelo vergonhoso vinho alemão da garrafa azul (aquela parecida a um abajur) do qual foram importadas mas de 1,3 milhão de caixas. A farra era total! Itália chegava com seus Valpolicella e Portugal até com os Bairrada. O Mercosul ainda não se manifestara.

Os vinhos nacionais não cresceram, foram empurrados para um canto da prateleira e a participação se dividiu.

Já na entrada do novo século o volume total caiu devido à queda esperada dos vinhos alemães e a inesperada dos vinhos nacionais. A participação se manteve dividida.

A partir de 2005 novos protagonistas começaram a mostrar sua força: Argentina e Chile. Estes países junto com Uruguai (diga-se vinho engarrafado pela Cooperativa Aurora) representaram mais de 60% do volume dos importados e a participação dos nacionais passou a ser minoritária com menos de 40% do total.

A partir daí os vinhos nacionais perderam mercado até representar 20% do total sendo que os destaques dos vinhos europeus foram os provenientes da Itália e Portugal. Os vinhos do Novo Mundo que mais se destacaram foram os provenientes da Argentina e do Chile. Estes últimos não pararam de crescer até hoje.

A situação é difícil para os vinhos nacionais mas, na minha opinião, o potencial de mercado é tão imenso que se o setor reagir de forma coesa e unida, com ações inteligentes e bem focadas no fortalecimento da imagem de nossos vinhos será possível participar de forma mais acentuada do aumento de mercado.

Acho que a chave é essa: crescimento de mercado, procura de novos consumidores. Lembrar que somente em dez anos o mercado de vinhos finos dobrou.

As entidades representativas, em especial o Ibravin, devem focar seus esforços no apoio às grandes vinícolas que são as responsáveis pela distribuição massiva, de altos volumes utilizando o canal direto (supermercados e varejos) sem esquecer do papel fundamental na melhoria da imagem que desempenham as pequenas vinícolas, de produção limitada, de vinhos espumantes de alta qualidade.




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