Primeira resposta
Bons Vinhos

Primeira resposta


O Brasil é um pais extremamente generoso, acolhe os estrangeiros de braços abertos, os trata bem, os faz sentirem-se em casa, não os descrimina.
Digo isto com absoluta convicção porque faz quase quarenta anos que vivo neste abençoado pais, tenho filhos, netos e negócios no Brasil e nunca ninguém me fez sentir estrangeiro.

Não serão comentários infelizes de duas pessoas que se autotitulam “defensoras da vitivinicultura brasileira” que vão mudar minha opinião. Porque é justamente esta imensa generosidade que possibilita que estes personagens permaneçam nos representando. Ante a falta de argumentos, o ignorante, que é o embrião do preconceituoso, apela, tenta desqualificar.
E isso tentaram fazer a Dra. Kelly Brusch e Carlos Paviani no Programa Conversas Cruzadas da TVCom ao disser que sou contra as salvaguardas porque sou argentino. À Dra. Kelly não conheço porque é um novo personagem representativo do setor agora mais famosa, mas a Carlos Paviani o conheço bem desde a época da criação do Ibravin. Foi Paviani que adquiriu o Jornal Bon Vivant que criei na década de noventa. Sempre tive por ele muito respeito e manifestei meu apoio ás medidas promocionais que o Ibravin faz do vinho nacional em meu blog repetidas vezes. Com ele em especial fiquei decepcionado porque mostrou uma fase de sua personalidade que desconhecia...e não gostei.

Cheguei ao Brasil em janeiro de 1973 quando havia duas uvas Riesling itálico, a verdadeira e a falsa, sendo que esta última era uma híbrida branca chamada Seyve Wiillard. A proporção de uma e de outra variava conforme a colheita.

A uva chegava às cantinas quase podre porque era transportada em “dornas”, recipientes tronco-cônicos de até 100 quilos, bem esmagada para entrar mais.

Não existiam Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay, Sauvignon Blanc e tantas outras que hoje produzem bem no RS.

Em junho de 1988, quando o Sr. Paviani provavelmente era um adolescente e a Dra. Kelli talvez não tivesse nascido, fizemos o primeiro curso de degustação de vinhos para leigos na cantina De Lantier em Garibaldi, com o intuito de expandir a cultura do vinho.

Quando lançamos o Baron de Lantier Cabernet Sauvignon 1987 em 1990 como forma de demonstrar o que a Serra Gaucha conseguiria fazer em termos de vinhos tintos de qualidade, ambos ainda desconheciam a diferença de um branco e um tinto.

Este primeiro artigo é para desabafar ante a intolerância e radicalismo que levará a vitivinicultura brasileira a perder tudo que fez nestes longos anos. A vitivinicultura de um pais se constrói lentamente, com seriedade, inteligência, conhecimento do tema, perseverança, estímulo aos produtores grandes que desovam produção, participam de todos os canais preenchendo espaços e aos pequenos que criam imagem, cativam os apreciadores, promovem as regiões com seus pequenos vinhedos e cantinas. Infelizmente está faltando ás “cabeças pensantes” muito do requerido acima e o que é pior, estão provocando uma ruptura talvez irrecuperável entre grandes e pequenos, quando um é parte do outro, se complementam.

Depois do que ouvi no programa, de pessoas que ao menos na aparência representam o setor, faço um apelo aos empresários da Serra que participaram do desenvolvimento do setor da uva e do vinho para que impeçam esta guerra inútil que não terminará bem. Colocar grandes contra pequenos até que é fácil, já sabemos como termina. Colocar o consumidor contra o vinho brasileiro é uma demonstração de arrogância inaceitável.

O CONSUMIDOR É A RAZÃO DA EXISTENCIA DE TODOS NÓS.

SEM ELE PARA QUE PERMANECER?


No próximo artigo vou expor com mais detalhes as razões pelas quais sou contra selo, salvaguarda, expressão brasileira em rótulos de vinho importado, etc. Contarei algumas verdades dos erros cometidos pelas lideranças nestas últimas décadas.



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