Qual vinho pedir? Um pequeno guia para o primeiro encontro!
Bons Vinhos

Qual vinho pedir? Um pequeno guia para o primeiro encontro!


E ali está você. Sentado naquela mesa redonda, iluminada por luzes amarelas de baixa intensidade, que deixam o ambiente confortável. Os talheres ajustados e as taças sedentas para estarem cheias. Cara-a-cara com a pessoa desejada, a pouca distância, aquela mulher/homem que você batalhou muito pra conseguir conquistar para um primeiro encontro. Aquela mulher que mais parece uma mistura perfeita entre a Gisele Bündchen e a Angelina Jolie, ou aquele homem que mais parece a soma do Brad Pitt com o escritor do “Histórias e Vinhos”.
Tudo vai bem, a conversa agradável, intrigante. O pedido principal foi feito. Entre uma e outra risada os olhares se cruzam. O pensamento mútuo se transforma em adjetivos, como maravilho e perfeito. Até que a carta de vinhos é apresentada para você. Tudo fica em silêncio, parece que todos a sua volta te encaram nos olhos e esperam sua resposta!
Calma. Isso não é nada demais...
A idéia é que o vinho não seja o alvo da noite, que a sua escolha não seja não uma decisão demorada, muito complexa ou muito menos sofrida. O vinho deve ser apenas uma ponte, uma bebida para acompanhar o desconhecido, a conversa e a paquera.
Respire fundo. Tudo está sob controle. Avalie qual a melhor opção para o seu pedido, específico para a noite, o prato e mesmo o gosto de cada um. Como o gosto do seu par ainda é um campo a ser descoberto, atente ao menos as 3 opções básicas de acordo com o seu par, antes da decisão:
1. Se a pessoa for apreciadora de vinhos de longa data, fica muito mais fácil escolher. Neste caso, o vinho poderá ser ainda mais um motivo para entrelaçar os sentimentos e experiências. Neste caso, deixe que o momento da escolha seja mais longo, valorize. Pergunte por experiências e preferências. Façam a escolha juntos. Esta poderá ser a primeira escolha conjunta dos dois (para tantas outras do futuro próspero deste primeiro encontro, como a cor do primeiro carro, a localização da casa, o nome do primeiro filho, etc).
2. Caso a pessoa goste, mas não seja realmente uma apreciadora, não é vergonha alguma perguntar um pouco dos seus gostos, qualquer informação que você tirar poderá ser útil na escolha do vinho. Mas muito cuidado: você não quer deixá-la(o) constrangida(o).
3. Caso a pessoa esteja iniciando: Boa sorte. Aqui você deverá arriscar, colocar a prova todo o seu conhecimento adquirido ao longo dos anos, das degustações, das horas investidas em leituras de blogs, livros e revistas especializadas. Eu encaro como um resultado positivo apenas o fato da pessoa deixar o vinho acompanhar o encontro e achar o vinho agradável ao final de tudo. Se ela gostar, ou qualquer coisa além disso, melhor ainda! Começou bem no mundo do vinho, mas no mundo do relacionamento só o futuro dirá.
Depois disso é hora de escolher, e aí vão algumas dicas. Neste momento, lembre-se de alguns itens importantes, como estes que esclareço:

Sommelier ou não?
Ao contrário do que muitos consideram, pedir o conselho do sommelier não é um sinal de fraqueza ou de falta de conhecimento (estou considerando um bom restaurante e um bom sommelier). A sua colaboração pode ser importante e valiosa, principalmente porque ele poderá indicar o mais adequado para o(s) prato(s) pedido(s) e para o momento. Além disso, com o seu conhecimento da carta, ele poderá apresentar os bons vinhos e os grandes achados da carta. Esta primeira dica reforça o que disse acima, pois isso facilita a sua escolha e a torna apenas um detalhe da noite, permitindo você a voltar novamente os olhos para o seu par.

Arrisque
Complementando o item anterior, que pode ser uma alternativa ou uma saída em alguns casos, eu realmente sou do partido de frente que tem como lema: Faça você mesmo. Pense, compare, arrisque, tente, associe e peça! Coloque em prática o seu conhecimento adquirido ao longo dos anos, das degustações, das horas investidas em leituras de blogs, livros e revistas especializadas.

Combinando com cuidado
Para aqueles que decidiram pelo item anterior, esta dica é importante: combinar tudo bem, mas cuidado para não ser excessivo. Você não quer parecer um chato, ainda mais quando a pessoa não se interessa tanto pelo tema. Deixe fluir naturalmente.
Lembre-se de algumas combinações interessantes de sabores e aromas. Peça por vinhos de menor produção, as vezes mais expressivos. Evite um vinho que tenha a tendência por um álcool excessivo. Lembre-se de acalmar taninos mais chamativos com o prato pedido. Mantenha os olhos abertos para regiões menos famosas ou variedades de uva diferentes, boas opções na busca por inovação e qualidade.
Outra dica é optar por combinações da origem do prato com a do vinho, pode ser um passo simples, rápido e muito recomendado. Um prato português entrelaçado com um bom vinho português, a diversidade dos vinhos espanhóis aguçando os sabores da comida espanhola, e assim por diante.
O resultado poderá ser um vinho perfeito para a noite, com tudo feito a dois, inclusive a escolha do vinho. Ou mais um motivo para pedir um segundo encontro (se você fizer sua parte, não é pelo vinho que ele seria negado).

            Evite
Evite os vinhos nos quais os produtores gastaram muito tempo no rótulo e pouco no líquido.
Vinhos produzidos em grandes quantidades não são os melhores pra este encontro tão importante. Se você pensa no vinho como um acompanhante, eles podem não ter a mesma expressividade do momento. Além disso, vinhos acessíveis e amplamente distribuídos poderiam ser consumidos em qualquer outro lugar, em qualquer outra ocasião e com qualquer outra pessoa.
E outra, um vinho um pouco mais especial poderá trazer ótimas lembranças para os anos seguintes do casal (é claro, no caso dos que apreciam o vinho, ou seja, os que provavelmente terão acesso a este texto).

Você e não o vinho
Há uma diferença entre vinhos muito baratos e vinhos muito caros. Eu não recomendo nenhum dos extremos. O mais barato pode destoar um pouco da comida e consumir o sabor do prato, impedindo que vocês dois aproveitem o que foi pedido. Na outra extremidade, um vinho muito caro, além de não ser necessariamente o melhor, poderá ser sinônimo de esbanjamento. O intuito não é impressionar, mas apenas conquistar! E isso não é o vinho ou o seu preço que fará, mas apenas você. Certo?

Passado valorizado
Todos os bons vinhos que já provou devem vir a sua mente. Neste intuito você poderá valorizar e optar por vinhos das regiões de maior preferência, e isso é fato: cada um tem a sua. Opte por regiões que conhece, que aprecia, que são sempre bem-vindas, pela tradição, qualidade e adaptabilidade. Recorra ao seu passado e ao que mais te agrada, desde as combinações mais prazerosas e inesquecíveis, deixando passagem para a inovação. Opte pelo seu gosto.

Passado anulado
Nunca peça um vinho que tomava com a sua ex-namorada ou ex-namorado, por exemplo. Isso poderá ser a chave para uma bola fora. Imaginem no auge da noite, os dois mais descontraídos e íntimos e você solta alguma associação com o passado? Este poderá ser o seu passaporte para ir para casa sozinho no sábado a noite assistir ao Zorra Total. Quer coisa mais deprimente que isso?

Moderação
A outra grande chave da noite deverá ser a moderação.
Quando pensamos no encontro em si, não beba excessivamente. O vinho deve deixar a noite ainda mais agradável. Mas não passe do limite, pois tudo poderá ficar desagradável.
E o mais importante: seja responsável. Se beber, não dirija. Acompanhar o seu par em um táxi ou com o serviço do restaurante não tem problema algum. Ao menos assim vocês garantem um novo encontro...

O primeiro vinho
O primeiro vinho pode dizer muito a seu respeito. Procure por um vinho que mostre um pouco de você, que expresse a intensidade do momento em aromas e sabores indescritíveis. Que marque um momento a dois, que poderá ser lembrado por toda a vida.

Que o seu primeiro encontro seja para sempre inesquecível e te traga um segundo, terceiro e outros momentos e anos felizes. Como são os meus.
Boa sorte e boa noite.



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