Estudo revela aos produtores de vinho segredo para castas de excelência
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Estudo revela aos produtores de vinho segredo para castas de excelência


Uma investigação da Universidade de Aveiro, desenvolvida na Bairrada, mostra como a qualidade do vinho pode ser consideravelmente melhorada se as castas forem associadas a um determinado terreno.


Dentro das quatro paredes de um dos laboratórios de Química da Universidade de Aveiro, Sílvia Petronilho lançou a questão: qual a casta que melhor se adapta a um determinado terreno? Arregaçou as mangas, encontrou a propriedade com mais de 150 hectares de vinha, onde existiam várias tipologias de terreno e rumou às vinhas da Bairrada. A investigação, desenvolvida durante três anos, "veio colmatar uma falha [no setor vinícola], agarrando em algumas castas representativas e tentando perceber qual era o seu comportamento no ambiente em que se encontram".
 
Por exemplo, na Bairrada, a casta Sauvignon Blanc, que é uma casta francesa, "em três locais diferentes não varia a sua composição. É uma casta que se adapta a qualquer zona e talvez seja a razão por que existe em quase todas as regiões de Portugal", explica.
 
Mas não é assim com todas, muito pelo contrário. Sobretudo com as castas autóctones. Na Bairrada, foram analisadas sete castas e tomando-se como exemplo, a Baga aparecem as diferenças. É uma casta que em "solos argilo-calcários tem maior potencial aromático do que num solo argilo-arenoso, com menor capacidade de retenção de água".
 
Sílvia Petronilho, a investigador, garante que, depois da Bairrada, vai agora começar a trabalhar com as regiões vinícolas do Dão e do Tejo, porque o aroma e a cor podem ser potenciados consoante o clima e o solo. Começou como um estudo acadêmica, mas agora terminado é uma ferramenta para os viticultores, pois "o produtor agora tem esta ferramenta em mão e pode jogar com o tipo de vinho que quer produzir".
 
Reconhecendo a relação casta/terreno de cultivo, produtor e enólogos podem passar a produzir vinho sem juntar químicos: uma mais-valia para a produção e, claro, para o consumido.
 
A investigação foi desenvolvida na empresa Campolargo, numa área de 170 hectares de vinha, onde se conseguiu analisar a mesma casta em, pelo menos, três locais diferentes e durante três anos, para poder despistar o fator tempo, ou seja, o facto de nuns anos haver melhor colheita que noutros.
 
Desenvolvido pela Universidade de Aveiro, depois da Bairrada o estudo vai ser agora estendido às regiões do Dão e do Tejo.
 
Fonte: TSF



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