Bons Vinhos
Prós e contras das rolhas de cortiça, sintética, de vidro e screwcap
 
 
Quem não torceu o nariz quando abriu pela primeira vez uma garrafa de vinho  fechada com screwcap – aquela tampa de rosca – ou quando sacou a rolha  do gargalo e viu que ela era de plástico? E há boas chances de os lamentos do  tipo “cadê a rolha de cortiça que estava aqui?” terem sido seguidos por uma  rápida conclusão: esse vinho só pode ser ruim…
 
Afinal, dizia-se, o vinho envelhece melhor em garrafa enrolhada porque  “respira”. E além disso, tem o charme do ritual, aquele negócio de olhar e  cheirar a rolha e guardá-la no caso de vinhos célebres.
 
Quinze anos se passaram e a tampa de rosca não é mais tida como afronta à  qualidade da bebida. E sim como uma solução eficaz e mais barata para fechar um  vinho que vai ser bebido jovem – provavelmente um tinto australiano ou  neozelandês, os mesmos que no começo da década de 2000 popularizaram a tampa de  alumínio.
 
 
Hoje sabe-se também que o vinho respira com a rolha, mas não como se pensava:  “não há contato com o oxigênio de fora da garrafa”, explica Paulo Lopes, da  Pesquisa & Desenvolvimento da indústria Amorim. “O que existe é uma troca  com os gases presentes nas bolsas de ar da cortiça, que tem de 80 a 90% de sua  estrutura composta por ar”, diz. Prova disso é que, atualmente, a maior parte  dos vinhos com rolhas de cortiça usa lacres externos. “Eles surgiram para evitar  o ataque de insetos”, diz.
 
Enquanto os consumidores foram se livrando de seus preconceitos, pouco a  pouco, a indústria da cortiça tratou de buscar alternativas mais baratas para a  rolha. Não por acaso: um vinho barato pode chegar ao supermercado por 3 euros na  Europa, uma rolha de cortiça natural custa 2 euros. Quer dizer, não faz sentido  tapar essa garrafa com essa rolha, que custa mais do que o líquido que vai  proteger.
 
Com a ideia de oferecer uma alternativa mais barata à rolha de cortiça, a  indústria resgatou a rolha de granulado, que chega a custar até 10 vezes menos  do que uma rolha de primeira linha, feita com uma peça única de cortiça. Foi  criada também, inspirada nas rolhas de espumante, uma rolha mescla, chamada de  1+1, que tem o corpo feito de granulado grosso de cortiça (entre 3 e 7 mm) e, em  cada extremidade, um disco de rolha natural – assim, o vinho fica em contato com  a cortiça de qualidade superior.
 
As recentes invenções da indústria corticeira incluem também uma tampa de  cortiça com ranhuras – que fecha garrafas especiais, também com ranhuras – e que  segue a mesma lógica do screwcap, dispensa saca-rolhas e pode voltar a  fechar a garrafa do vinho que não foi bebido inteiro.
 
Assim, a rolha de cortiça se multiplicou em uma série de modelos, cada uma  mirando um uso específico e tentando recuperar os espaços ocupados por outras  tampas de garrafa de vinho tranquilo ou espumante.
 
Além disso, a indústria investiu pesado também em tecnologia para minimizar  um problema grave: a contaminação dos vinhos por TCA, transmitido pelo contato  da rolha com a bebida. A fama da rolha de estragadora de vinhos nunca foi  indevida, houve um tempo em que atribuía-se a ela quase 30% da deterioração dos  vinhos engarrafados. Hoje é difícil conseguir o número exato, mas estima-se que  a contaminação atinja cerca de 5% dos vinhos. Entre outros esforços, fez  diferença o desenvolvimento de uma máquina que detecta o temido bouchonné nas  rolhas assim que saem da fábrica, para evitar que venham a estragar o vinho.
 
ROLHAS
 
70% das garrafas de vinho do mundo são fechadas com rolhas de cortiça; 8% com  rolhas de plástico; 10% fica por conta do vidro (somado a bag-in-box e outros  métodos) e 12%  com screwcaps.
 
Natural
 
 
É feita com a  folha de cortiça integra, extraída da casca do sobreiro, que leva nove anos para  crescer.
 
Vantagens: A elasticidade é a maior vantagem. Ela  também permite que o vinho evolua com a troca de oxigênio guardado em suas  células.
 
Desvantagens: cara, produzida em quantidade  limitada e suscetível a contaminação (bouchonné).
 
Granulado
 
 
É a resposta  da indústria de cortiça à rolha de plástico. É um “aglomerado”, não um lâmina  inteira.
 
Vantagens: preço baixo; elasticidade maior que a  das rolhas de plástico.
 
Desvantagens: serve apenas para  vinhos de pouca guarda, jovens e para beber logo. Se o granulado for fino demais  (menor que 2 mm), perde a elasticidade.
 
Granulado com discos de  cortiça
 
 
O modelo clássico é a rolha de espumante, que tem  discos de cortiça, mais rígida, para travar no gargalo. A estrutura foi  replicada para uma alternativa mais barata.
 
Vantagens: os  discos de cortiça têm os benefícios da rolha natural com preço  menor.
 
Desvantagens: possibilidade de contaminação  (bouchonné).
 
Tampa de cortiça com  ranhura
 
 
Dispensa o uso de  saca-rolhas.
 
Vantagens: as ranhuras na cortiça e na garrafa  permitem abrir com a mão e fechar a garrafa novamente se o vinho não for  consumido todo.
 
Desvantagens: possibilidade de contaminação  (bouchonné); só funciona em garrafa especial, o que pode sair caro.
 
Sintética  (plástico)
 
 
Alternativa mais barata à  cortiça.
 
Vantagens: barata, boa para vinhos de pouca guarda;  menos propensão a contaminação (bouchonée).
 
Desvantagens:  falta de elasticidade que pode atrapalhar a vedação quando o vidro dilata com a  temperatura, impedindo a evolução do vinho ou deixando entrar oxigênio demais.
 
Vidro
 
 
Também criada como  alternativa à cortiça.
 
Vantagens: não transfere aromas  indesejáveis para o vinho e garante a vedação total; é fácil de abrir e de  fechar novamente a garrafa, quando sobra  vinho.
 
Desvantagens: é cara; a vedação é feita por um  revestimento de silicone ou plástico, o que traz as desvantagens das rolhas  sintéticas.
 
Screwcap (tampa de alumínio com  rosca)
 
 
Principal concorrente da cortiça, foi popularizada  pelos vinhos australianos e neozelandeses no começo dos anos  2000.
 
Vantagens: vedação total da garrafa, o que preserva as  características do vinho exatamente como foi engarrafado; menor propensão a  contaminações; preço médio.
 
Desvantagens: impede a evolução  do vinho, que não respira.
 
Por: Miriam Castro
Fotos: Daniel Teixeira/Estadão
Fonte: Estadão 
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